Tuesday, September 13, 2011
vou-me embora
Cortei o cabelo. Fiz as duas malas. Faltam montes de coisas que vou deixar para os que me vão visitar terem coisas com que se entreter. É tudo. Voltarei. Mas não contem ao meu stalker.
Monday, September 12, 2011
Não me lembro do último "último dia em Lisboa". Se me lembrasse, não tinha deixado tanto para a última, sítios e pessoas e coisas e ai-que-a-minha-mãe-bem-me-avisou. Agora quero ir dormir e tenho a cama cheia de cachecóis, malas, camisolas e camisolinhas, um pacote das minhas bolachas preferidas que o meu pai me comprou hoje. Não se anda neste quarto sem se esbarrar com uma mala, uma camisola de lã, um casaco de pelo. É difícil antecipar o Inverno. Odeio empacotar. Para já é tudo. Antes que eu dê em louca.
Sunday, September 11, 2011
inevitável
Foi há precisamente 8 meses que estava a caminho de lá. O que quer dizer que foi há uns 7 meses e meio que estive no sítio da ferida que ainda não sarou. Que está aberta para quem a lá for ver.
No meu caso, foi simples. Senti-me mal. Senti-me angustiada, um mau estar incrível que não tinha explicação nenhuma. E foi aí que olhei à volta e percebi onde é que estava. Que vi o buraco. Revivi coisas pelas quais eu não passei, só com o pensamento "e se eu estivesse precisamente aqui naquele dia?". Não estive. Estava no Colombo e não sabia o que é que se estava a passar para as pessoas estarem todas à volta das montras das lojas de televisões. Chegámos ao carro e os meus pais com um ar muito sério explicaram-nos sobre o que era um atentado, o que queria dizer terrorista e o que é que tinha acontecido em Nova Iorque. "Vamos embora, por favor vamos embora", disse eu 9 anos e 4 meses depois do dia em que tudo mudou no mundo. Não me lembro como era antes. Sei como é agora. E por muito que crie a situação hipotética, não imagino sequer o que é sentir na pele uma coisa dessas. E sim, é dia de relembrar os que morreram, os que lá ficaram a salvar desconhecidos, os que perderam pais, mães, irmãos, o amor das suas vidas. E a cidade. Como se algum dia nos esquecêssemos dela.
No meu caso, foi simples. Senti-me mal. Senti-me angustiada, um mau estar incrível que não tinha explicação nenhuma. E foi aí que olhei à volta e percebi onde é que estava. Que vi o buraco. Revivi coisas pelas quais eu não passei, só com o pensamento "e se eu estivesse precisamente aqui naquele dia?". Não estive. Estava no Colombo e não sabia o que é que se estava a passar para as pessoas estarem todas à volta das montras das lojas de televisões. Chegámos ao carro e os meus pais com um ar muito sério explicaram-nos sobre o que era um atentado, o que queria dizer terrorista e o que é que tinha acontecido em Nova Iorque. "Vamos embora, por favor vamos embora", disse eu 9 anos e 4 meses depois do dia em que tudo mudou no mundo. Não me lembro como era antes. Sei como é agora. E por muito que crie a situação hipotética, não imagino sequer o que é sentir na pele uma coisa dessas. E sim, é dia de relembrar os que morreram, os que lá ficaram a salvar desconhecidos, os que perderam pais, mães, irmãos, o amor das suas vidas. E a cidade. Como se algum dia nos esquecêssemos dela.
Manhattan vista de Liberty Island. Janeiro 2011
Monday, September 05, 2011
65
"Freddie was fully focused, never allowing anything or anyone to get in the way of his vision for the future. He was truly a free spirit. There are not many of these in the world. To achieve this, you have to be, like Freddie, fearless—unafraid of upsetting anyone's apple cart."
Brian May on Freddie Mercury, Google blog.
E vão já ver o doodle da Google com o Don't Stop Me Now antes de o dia acabar.
Sunday, September 04, 2011
insónia
Não consigo dormir e conto os dias, as horas, para ir embora. Não quero ficar e ao mesmo tempo estou a ficar com calafrios só de pensar em ir. Vendo bem, não tenho rigorosamente nada que me prenda. Gaivotas, disse eu há dois anos. Agora é mais que isso. Quero ir-me embora, quero dar o fora, diria o Caetano. Quero ir para uma cidade da qual não sei rigorosamente nada, onde falam uma língua que eu não consigo pronunciar. Quero esquecer o Tejo, a ponte, o Chiado, o castelo, o meu miradouro, a calçada, o sol de inverno, todos os sítios que são meus. Trocá-los por ruas escuras, por 25 horas de sol por mês, por graus negativos, por chuva à chegada, por arranha-céus e igrejas onde não consigo acompanhar a missa. Onde nasceram Chopin e Marie Curie. De onde não tenho bilhete de volta.
Vou querer voltar. Mas isso fica para outras andanças.
Vou querer voltar. Mas isso fica para outras andanças.
Saturday, September 03, 2011
dos livros
Comecei ontem o Just Kids da Patti Smith. Andava há uns meses a namorá-lo, mas foi a senhora do Lux que me convenceu na quinta-feira. Ontem comprei. Hoje não o largo. E é para lá que vou agora.
não teria dito melhor,
mas a MC disse-o por mim.
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