Sunday, November 28, 2004

Maybe I'm not ready for this
And you know it
Maybe I'm too scared to tell you
What I'm really thinking
It's not fair to stay together
Because of the regrets we might have

Don't want to fall asleep alone,
But do I want to wake up with you?
I'm only trying to be completely honest

So I guess this is the ending
Of a beautiful mistake

And if we both agree that we shouldn’t be
Together why does it
Hurt so much
and I feel
Like I lost my closest friend

Don't want to fall asleep alone,
But do I want to wake up with you?
I hope you’re happy, and completely lonely

There I am, standing on all alone
On St. Lee Harbour bridge
And you know I would jump into
The fucking ocean
If it mean I was truly capable
Of being satisfied
Will I ever be?
Did I just give up the best thing I ever had

Don't want to fall asleep alone,
But do I want to wake up with you?
I hope you’re happy, and completely lonely

Don't want to fall asleep alone,
But do I want to wake up with you?
I'm only trying to be completely honest


(The Ataris – Beautiful Mistake)


obrigada...

Saturday, November 13, 2004

Até ao dia em que descobriu que afinal não era uma princesa. Que as princesas não tinham histórias destas, e que era tudo muito mais fácil. Ela não era uma princesa, apesar de conhecer uma ou outra bruxa. Apesar de haver pessoas piores que bruxas na sua vida. Apesar de já não ter esperança que o tal princípe aparecesse. Ele aparecer aparecia, mas nunca era o seu. O tempo corre... e como já lhe tinham dito, ela não tinha tempo para estar à espera. Não podia ficar sempre presa e mais que isso... não podia vir para casa a pensar nestas coisas. Mas afinal... há sempre alguém por quem vale a pena continuar... é não era por uma pindérica que ela ia ficar assim! Arrependeu-se deste pensamento... se calhar falava demais! E se calhar era por falar de mais que as coisas estavam assim. Se calhar por isso é que tinha estado a fazer figura de parva. Se calhar... ou se calhar era por acreditar em tudo o que lhe diziam. Péssimo, pensou ela, pareço a Letícia a acreditar na idiota da Natasha... e era sempre peta. Acreditava no que não devia, seguia os conselhos errados. A sua sorte é que por muito que lhe custasse a acreditar, continuava tudo... sempre... e que há sempre uma pessoa... por muito estranho que pareça, que a fazia sempre continuar... se calhar as pessoas que menos esperava. Se calhar pessoas que... eu sei lá... Só sei a história dela. E como todas as histórias (Já dizia a Mariana), acaba da mesma maneira... "e viveram todos felizes para sempre".

por muito que eu a tente fazer mudar de ideia ela continua com dúvidas que a dela acabe assim.

Friday, November 12, 2004

Talvez um dia conseguisse perceber, pensou ela, porque é que as coisas correm assim. Porque é que há sempre uma segunda e uma terceira oportunidade. Porque é que as pessoas nunca nos deixam de surpreender, as que nós menos esperavamos até da maneira mais positiva possivel!
Era disto que os sonhos eram feitos. Desta sensação de sabermos que estamos a dormir e que temos que acordar mais cedo ou mais tarde, mas não querermos admitir que tudo aquilo que estamos a passar não é verdade, e esperarmos só mais cinco minutos... cinco minutos para ver o que acontece. Se continua assim tão bom ou se piora, e se isso acontecer, acordar finalmente. E tal como os sonhos, também a vida. Só que dessa, ela não podia acordar. E o simples facto de isso acontecer tornava-a muito melhor que qualquer sonho, talvez mesmo só por podermos torná-los reais.
Enquanto estava com estes pensamentos, começou a ouvir uma música de que já não se lembrava e que lhe trouxe recordações de coisas que já tinham passado... coisas que a lembravam da melhor época da sua vida... da pior... dos amigos que já foram... dos que ainda estavam... de príncipes e princesas de outras histórias.
Deixou-se caír, sem esperar magoar-se, e quando finalmente parou para pensar lembrou-se de tudo aquilo por que já tinha passado. As conclusoes precipitadas. As brigas desnecessárias. As conversas que ficaram por acabar. As histórias que nunca se sabia o final...
Ela não sabia o final da sua história. Nem sabia se dali a segundos não estaria com uma opiniao completamente diferente. Sorriu, porque a vida é mesmo assim.

=D queria arranjar qualquer coisa para dizer mas não sei se consigo... a vida afinal corre bem e nao se desiste à primeira de NADA=) sim pqe agora eu descobri q sou a génia da matematica (tive 19, orgulhem-se=P) e q that's something worth fighting for SEMPRE! por isso ainda acredito em historias com finais felizes... ou plo menos com finais politicamente correctos;) LOL
e tou bem assim... acho q é só!
ah mais uma coisa... obrigada por tudo mafaldinha

Thursday, November 11, 2004

A princesa deitou-se com os olhos inchados, e apesar de ja estar calma as palavras continuavam a ressoar na sua cabeça. Isto não devia acontecer nos contos de fadas! O que é feito afinal de tudo aquilo que lhe diziam? Daquela sensação que, por muito más que estivessem as coisas, tudo se resolveria? Agora não sabia... Também não sabia se alguma vez voltaria a saber, e a descobrir o mundo em que vivia até há tão pouco tempo... Aquele mundo que nunca apreciou devidamente, aquele mundo que estava prestes a esvaír-se como a areia da praia por entre os dedos.
Lembrou-se quando era pequena e ia à praia. De brincar com as bonecas. Daquelas histórias que acabavam sempre bem. Do desejo de "sonhos cor de rosa" antes de dormir. Dos amigos que eram sempre para sempre, mesmo que não fossem. De sentir que a vida está toda à nossa frente e não sabermos muito bem o que ela é, nem o que ela tem guardado para nós. De fazer desenhos. De serem todos felizes... muito felizes mesmo.
Pois bem, ela já não era pequena. Ia à praia, mas já não com a intenção de brincar com a areia. Já não brincava com bonecas. Sabia agora, que as histórias não acabavam sempre bem. Já não havia ninguém que lhe desejasse "sonhos cor de rosa" antes de dormir. Sabia que alguns amigos são para sempre, mas não são todos. E há uns que até nem o são, nem nunca o foram. Ou talvez tenham sido, à maneira deles. Já não sentia que tinha a vida toda à sua frente. Sabia o que era a vida, mas continuava sem saber o que ela tinha guardado para ela, e isso já não a fascinava... simplesmente tinha-o tomado como certo. Ainda desenhava. Ainda oferecia os seus desenhos, mas já não eram os mesmos. Continuavam todos felizes... mas ela sentia que já não pertencia a essa felicidade.
Fechou os olhos. Teve assim uma réstia de esperança de adormecer logo, de acordar e estar tudo bem, de voltar ao passado... De mudar as suas escolhas e de mudar assim tamém o seu destino. Talvez se o pudesse fazer neste momento não estivesse a pensar nestas coisas... Talvez estivesse a ouvir a sua música preferida, talvez se estivesse a rir de uma coisa qualquer sem sentido, talvez...não sabia.
Abriu os olhos e olhou à sua volta. Não viu nada, e não quis ligar a luz para ver que tudo estava no lugar, que nada tinha acontecido. Depois indignou-se... Afinal vivia num conto de fadas! Viveria? Essa certeza que a acompanhara toda a vida já não parecia tão certa, e só o simples facto de se questionar com isso entristeceu-a. Respirou fundo. A vida é mesmo assim, cheia destas coisas que não entendemos! Tanto podemos sentir que é a melhor coisa que nos aconteceu como também podemos achar que já nada faz sentido... Tinha que alterar isso. Tinha que arranjar um sentido. Mesmo que não o percebesse. Fechou novamente os olhos. Pensou que se adormecesse poderia ter sonhos que não fossem cor de rosa. E subitamente isso já não lhe pareceu tão terrível assim.

Tuesday, November 09, 2004

Para a Kristen

Era uma vez uma princesa que acordou e descobriu que nem todas as histórias são cor de rosa. Acordou, e quando se apercebeu disso vestiu-se de preto. Não por estar de luto, porque aliás era um dia normal, mas porque as coisas não são sempre como nós queremos. A vida não tem, não pode e não é sempre cor de rosa... A vida é muito mais, ou talvez muito menos que aquilo que imaginamos. Não sabemos, porque é isso que a torna especial... o não sabermos o que nos vai acontecer a cada segundo que passa.
A princesa arranjou-se e veio à janela do seu castelo. Não percebia, mas subitamente o panorama não era o mesmo. A relva não parecia tão verde, o céu estava menos azul... As núvens cobriam o céu onde, em outros dias, o sol brilhava sem querer ir embora quando chegava a hora de o fazer. Inexplicavelmente, o panorama não se alterava à sua chegada, e era isso que a fazia continuar com tantas dúvidas. Porque a ela sempre lhe disseram que as histórias eram cor de rosa, que o céu era azul, que o rio estaria sempre resplandecente, que o sol nunca deixaria de brilhar, que os príncipes encantados existiam... que havia um, algures, para ela, à sua espera, à sua procura e que ele viria... e que nesse dia ela saberia, porque as histórias são todas cor de rosa e acabam sempre bem.
Pois, só que nisso, ela já não acreditava mais. Em princesas, em príncipes, em dias sem chuva, numa vida onde todos eram felizes e ela era a mais feliz de todos. Principalmente nisso.
O que esta princesa não sabia, era que noutro lugar, talvez uns quarteirões abaixo, havia uma outra princesa à sua janela, que pensava exctamente a mesma coisa. Da felicidade. Do sol. Dos dias sem chuva. Dos príncipes. São tudo coisas que não sabemos... mas, como já lhe tinham mostrado uma vez,"não sabemos, mas temos que fazer o melhor que podemos com o que sabemos". A princesa chorava, desesperada, porque já não sabia o que fazer. Tudo aquilo em que sempre acreditara era só mais uma mentira, no meio de tantas outras que ainda viriam... Era desesperante.
Começou a chover.
A princesa do castelo de cima, como estava sozinha, decidiu fazer alguma coisa. Afinal, não podia ficar para sempre naquele desespero, naquela ânsia, naquela angústia de saber que nada fazia sentido, e que tudo fazia sentido ao mesmo tempo.. era uma sensação completamente transcendente, uma coisa que nunca sentira antes. Saíu do seu castelo e foi dar um passeio para desanuviar. Podia ser que esquecesse tudo.
Ao mesmo tempo, a princesa do castelo de baixo, decidida como era, quis desistir. Desistir de acreditar em tudo o que lhe diziam, desistir de lutar por aquilo em que acreditava. Saíu para a rua, para confirmar as suas suspeitas, mas esperançosa que o mundo lhe dissesse que as coisas estavam no lugar, e que tudo estava bem, alias como sempre estivera.
As pessoas na rua continuavam felizes nas suas vidas, sem se aperceberem sequer do que se passava à volta, sem repararem que estava a chover, sem tentarem sequer fazer um esforço para descer à terra. Afinal, as suas vidas ainda eram cor de rosa, e os príncipes encantados ainda apareciam para as salvar, as princesas ainda moravam em torres de castelos, e o sol ainda brilhava.
A dado momento, as princesas cruzaram-se. Não vou dizer que foi um bom encontro, porque uma estava completamente confusa e a tentar perceber o que se passava, enquanto fingia que estava tudo bem, e a outra estava furiosíssima, a chorar de raiva, farta do mundo e das suas inúmeras maneiras de esconder a verdade. Por uma razão que nenhuma sabia explicar, decidiram ir conversar as duas, já que tinham chegado à conclusão que só chovia sobre elas, e que eram as únicas pessoas de preto na rua.
Não vou dizer que o mundo voltou a ficar cor de rosa. Não vou dizer que o sol apareceu mais brilhante, que o céu esteve sempre azul a partir daí. Não vou dizer que tudo voltou ao seu lugar. E claro que também não vou dizer que os príncipes encantados sempre existiam e que apareceram finalmente...
O que eu tenho que vos dizer, e que é o que interessa aqui, é que elas se ajudaram uma à outra e que isso é que importou. Foi a única maneira de ficarem bem, coisa que não conseguiram fazer sozinhas... Não sei se chegaram a alguma conclusão, não sei se alguma coisa alguma vez voltou a fazer sentido. Também não sei se viveram felizes para sempre...
Porque afinal, nem todas as histórias são cor de rosa.