Tuesday, July 21, 2009

A única liberdade é a liberdade de rejeitar. A liberdade de preservar é perigosa.
A vida está noutro lugar. Atravessa as fronteiras. Voa para longe.

Salman Rushdie, in The Ground Beneath Her Feet

Friday, July 17, 2009

la nuit dans la maison de Pica Gallo ètait comme ça

Ah, e Joe, só acreditámos que fosses tu, cinco minutos depois quando te ouvimos a cantar. Eras um granda maluco, patilhas incluídas.

Wednesday, July 15, 2009

se eu fosse efectivamente a Lily teria dito



Fuck you, fuck you very, very much
'Cause we hate what you do
And we hate your whole crew
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause your words don't translate
And it's getting quite late
So please don't stay in touch

Saturday, July 11, 2009

eu e o 10 de julho

Antes de mais nada, roubei as fotografias à Blitz.

Jónatas, desculpa, mas não te dei muita atenção. Pela segunda vez. Não fiques ressentido, é que como fui a pé para compensar as vezes que não tenho ido ao ginásio, só ouvi a última música. Da próxima é que é, juro. E levo o meu irmão, que é teu fã.

Luke, querido Luke, tinha saudades tuas sem nunca te ter visto. É possível? Do teu sotaquezinho inglês, até da querideza com que disseste Olá nós somos os The Kooks num português adorável. Já me tinhas conquistado antes de nos vermos, mas bastou uma música para me cantares, nesse teu sotaque que eu tanto gosto, don't come too close, you don't wanna see my ghost - a minha música preferida das vossas, Luke, obrigada, casa comigo e leva-me para Inglaterra, que seja, abdico do sol daqui e vou contigo.

E lá por ter feito uma pausa por esta altura, quero deixar um olazinho também ao DJ Ride - sim senhor, gostámos muito. Apesar de termos estado pouco tempo porque fomos dar uma espreitadela em Hadouken. E lá ficámos para Does It Offend You, Yeah. Gostámos, mas não estive lá muito em cima porque esperava o senhor que se segue.

Fomos ter com o Brian Molko - Brian, estás mais velho. É inegável. Mas gostámos muito do concerto, apesar de que só lá mais para o fim é que começou a puxar. Confesso que ainda só ouvi uma música do novo album. Não leves a mal. Mas o Every You Every Me foi brutal. Faltou o Post Blue, mas vá, com o encore que foi, não posso pedir tudo.

Falta, é claro, falar dos Prodigy. Keith e Maxim, levem como um elogio quando vos digo que estavam mais assustadores que nunca. E nunca eu saltei nem dancei tanto num concerto como no vosso ontem. Breathe, Omen, Warrior's Dance, Firestarter, Voodoo People, Smack my Bitch Up, uma hora e meia que pareceu passar a voar.

Para o fim, muita pena tive de não ver os Ting Tings, mas olhem, damn para as sobreposições. Segundo consta gostaram do público e prometem voltar brevemente, lá nos veremos.
Sim, o 10 de Julho correspondeu a todas as minhas expectativas. Senhores da Optimus, gostei muito, obrigada e até uma próxima.

Wednesday, July 08, 2009

adeus anos 80

Eu sei que nos anos 80 toda a gente era um bocadinho (vou rasurar a minha própria palavra e não a escrever para não ferir susceptibilidades), e que particularmente no fim da década, vulgo, no ano em que eu nasci e afins, havia uma moda (?) fantástica relativamente ao nome dos bebés. Não fui atingida é certo, mas há coisas a que não se consegue escapar.
Li agora que se afinal isso já não pega (com excepção é claro dos papás que insistem em querer chamar Cristiano Ronaldo aos filhos, isso é que não havia há 20 anos). Boa, novos papás!


nota: atentem nesta frase - Após a instauração da República, em 1910, alguns pais baptizaram os filhos com nomes como Aurora de Cinco de Outubro e Outubrina. Adorável.

pois é

Há coisas mesmo como os filmes de terror que apanham por acaso na televisão enquanto se está a fazer zapping. Fica-se a ver, e não se consegue mudar de canal. Sangue, tripas, gritos, e não se consegue mudar de canal. Passa-nos tudo mesmo à frente dos olhos (pudera, estamos a ver televisão!) e nós, a assistir impávidos e serenos, com ar de choque, olhos esbugalhados, mas não se consegue mudar de canal.

Às vezes, quando nos apercebemos, já o filme acabou, estão a passar os créditos finais, e mesmo assim, o choque ainda é tanto, que ficámos sentados na mesma posição e nem sequer pensámos em mudar de canal.

Monday, July 06, 2009

"... d’un tratto arrossisci come un bambino, mi porgi il regalo tenuto da parte per il mio ritorno: un foglio spiegazzato, coperto da una calligrafia minutissima. “Alekos! Cos’è?” “La poesia che preferisco, Viaggio. Te l’ho dedicata, guarda: c’è il tuo nome ora per titolo.” Poi me la traduci con quella voce che sventra l’anima. (…) Qui ti interrompi, mi spieghi che il viaggio è la vita, che la nave sei tu, una nave che non ha mai gettato l’ancora, che non la getterà mai, né l’ancora degli affetti, né l’ancora dei desideri, né l’ancora di un meritato riposo. Perchè non ti rassegnerai mai, non ti stancherai mai di inseguire il sogno. E se ti chiedessi che sogno non sapresti rispondermi..."

Oriana Fallaci - Un Uomo

Saturday, July 04, 2009

podia perfeitamente ter acontecido

Nesta história, o lobo mau é loiro. Vá, tem o pelo claro. Não tenho a certeza de que seja ou não loiro, não há lobos loiros, mas imaginem se fosse. Imaginem um anjinho mas com focinho e dentes de lobo. Hmm. Tem os olhos claros, como seria de esperar, e apesar de ser quase previsível pela sua aparência quase dócil, nunca mas nunca se disfarça de cordeirinho. Já lá vão os tempos, menos mal. Este sabe que é o lobo, o vilão desta história. E aqui entre nós, não se importa - nunca o impediu de nada. Dispensa apresentações, para quê? Já toda a gente sabe quem ele é.
Será que o lobo comerá frangos? Talvez fosse boa ideia. Ou se são só porcos, cordeirinhos, leitões e leitoas (isto diz-se?), não vos sei dizer que nunca soube os hábitos alimentares dos lobos. Perguntem-lhe, que eu não me chego perto. Também já lá vão os tempos, em que, qual capuchinho vermelho com a sua cestinha, o confundia - não com a avozinha, mas com um cão. Cuidado que um cão raivoso por vezes se esquece de quem atacar, podia dizer-vos, mas quem são os lobos mais do que cães maiores? E mais assustadores, ou pelo menos mais perigosos.

Perigoso ou não, este lobo nunca me fez mal nenhum. Os caçadores é que se preocupam demais. Não os censuro, quem é que deixa uma miúda andar no meio dos lobos? Mesmo que não seja no meio deles, pelo menos andar acompanhada com um só lobo assim? Que à primeira oportunidade lhe pode dar uma trinca e adeus braço, adeus perna, olá complicações, olá muletas, olá prótese, olá marcas para a vida inteira? Eu não acho bem. Acho muito mal até, se querem saber. Mas não era o meu caso. Acabei por aceitar que não se pode andar sempre na corda bamba, há que ter cuidado com a vida. Então os caçadores lá foram em expedição à procura do lobo, pisaram-lhe a cauda, deram-lhe um tiro só para o avisar, não voltes aqui que lobos não são bem-vindos à nossa aldeia. O lobo irritou-se. Não se magoou nem nada, mas quem brinca com lobos arrisca-se a levar uma dentada mais cedo ou mais tarde. Eu já sabia, não quis foi fazer caso. Foi-se embora. Tentou voltar. Expulsei-o eu: então, de volta por aqui? Adeus, que agora vivemos em paz. E ele foi, para muito longe, pensei eu.

Há uns tempos para cá, saí da minha aldeia para passear, e a primeira coisa em que pensei foi procurar o lobo. É uma estupidez. Não desde que o mandei embora, mas desde há uns tempos que o quero ver outra vez, porque acho que tenho qualquer coisa para lhe dizer e ele não me vai tratar com rosnos. Quando o vi, não só não disse nada, como fiquei feita a olhar, escondida, até ele passar por mim e olhar com a altivez de um animal ferido. Furioso. Sai daqui, que não te quero ver, antes que te faça mal outra vez. Outra vez? Quase como se eu não tivesse o direito (imagine-se!) de fugir dos lobos, de estar no meio deles, de não dar confiança, de dar confiança a mais. Até porque este nem é um lobo, era um cachorro que achava que era mau, e que por isso dele diziam que era um lobo. Ele acreditou. Quem não acreditou fui eu, e por isso, de cada vez que saio da aldeia, faço questão de o continuar a procurar. E às vezes até o encontro.


Moral da história: Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. (Nietzsche)

Thursday, July 02, 2009

o que é que foi isto afinal?

O senhor ex-ministro que se prepare para ver esta imagem muitas vezes nos próximos dias. Meses. Anos. Que ironia, esta cena ridícula, que não tem outro nome, precisamente no debate do Estado da Nação... Inadmissível.
A minha pergunta é, qual é o estado deste Governo? Pensem lá bem.

é que nem fui eu que disse

"Isto sim é uma mulher – que não sabe o que faz, mas não deixa de fazê-lo só por causa disso."

Miguel Esteves Cardoso, in A Vida Inteira

Wednesday, July 01, 2009

coisas que me deixam feliz #1

Mensagem da Ana: "... Temos que ir comprar o bilhete do SW, boa?"

Boa, Ani. Obrigada por acederes às minhas preces antecipadamente e sem eu ter que dizer absolutamente nada - és linda, e gosto muito de ti, fim.

e porque há sempre mais qualquer coisa a dizer

Hoje à noite, temos programa!
Soapbox, às 22h30, no Musicbox.
Vá, quem ainda está indeciso sobre ir ao Porto, decida-se hoje.

um azar nunca vem só, diria o povo.

CALMA, que o post anterior foi antes de saber isto. Agora sim, estou muito melhor.


grrrrrrrrrrrrrrr.

"o ódio destrói o espírito de quem odeia."

raiva
Tollwut, Wut, Zorn rabies, anger θυμός hidrofobia, rabia бешенство
subst f raiva ['ʀajvɐ]

1 grande cólera