Thursday, October 11, 2007

Wednesday, October 10, 2007

Sunday, October 07, 2007

para o Manel.

Manel.
Agora que o digo várias vezes soa-me bem, tão bem. Soa a dias de sol e a gelados no inverno. Soa a risos de crianças, da criança que tu não és mas podias ser. Que para mim vais ser sempre.
Manel.
Gosto de pensar como serias. Como terias crescido connosco. Da cor do teu cabelo, dos teus olhos, do tom da tua voz. Hoje até me pareceu ouvir-te no corredor! Tenho a certeza que irias andar à porrada com o João e estar sempre de joelhos esfolados. E que irias rir, e o teu riso ia alegrar toda a casa.
Agora tento imaginar-nos contigo. E não é assim tão difícil. Imagino-nos a passear de mão dada no inverno, imagino-te a correr à chuva, imagino-me a ensinar-te as músicas boas, a ler-te histórias e poemas, imagino-te a aprender a andar, a falar, a ler, imagino-nos a dançar na sala, imagino-te a jogar futebol com o João, a ver os filmes da Disney juntos, a pedires-me desculpa por teres riscado qualquer coisa importante.
Manel.
Será que neste momento és alguém no mundo? Quero acreditar que sim. Quero poder acreditar que estás algures, que és o menino risonho de cabelo castanho que eu imagino, que nasceste, que tens uma família e que principalmente és feliz. Hoje terias 9 anos, Manel. Nunca nos conhecemos, nunca nos vamos conhecer, não foste mais do que um projecto, um rascunho, uma ideia que nunca foi passada para o papel. Mas hoje que soube da tua "existência" não consegui não pensar no que poderias ter sido, no que nós poderíamos ter sido contigo, no que tínhamos aprendido. Tenho a certeza que hoje seria uma pessoa diferente, quem sabe melhor até. Mas isso nunca vamos saber, não é?
Talvez um dia nos encontremos Manel, quero acreditar que sim. Talvez eu nem me aperceba mas me cruze contigo na rua, em qualquer sítio. Talvez, talvez um dia. Mas podes ter a certeza que a partir de hoje, a tua imagem vai ficar comigo para sempre.
Manel.