Tuesday, November 27, 2012

danos colaterais

A sensação era que as coisas iam acontecendo, correndo melhor ou pior, e sempre que era mais difícil ou mais estranho ou mais complicado, só havia uma solução. Danos colaterais. Tem que se sacrificar um para o bem comum, ou para o bem maior, ou para o bem de algum dos outros que nunca era ele. Ele era o escolhido para a matança, para bode expiatório, para ser cortado sem mais explicações. Danos colaterais, dir-lhe-iam muito depois. Danos colaterais. Tinha que acontecer com alguém, desta vez foste tu. Mas não foi só uma. Foram duas, e três, e quatro, e de repente toda uma história que se repetia vezes demais. Já não era por acaso, ele escolhia sempre situações em que sabia que não havia saída airosa e muito menos pela porta da frente. E só muito depois é que percebeu. Era o feio, o errado, o que não se pensa nem se faz, o que não se deve e que é evitável. Mas não se enganava. Sabia desde o início que no fim, ele não seria mais que o dano colateral.

Sunday, November 18, 2012

trip down memory lane

Como se soubesse que também preciso de me rir um bocado e essas coisas, sem aviso prévio o meu pai pôs-me uma gravação na dropbox. Sem título, só com uma data, deve ser para eu adivinhar o que é. Começa e oiço-o a dizer "hoje é o dia 15 de maio de 1995 e o João e a Sara vão falar para o futuro!" - isto promete. Quatro minutos de cantorias e bullying e risota e eu tenho a certeza que quando tiver filhos vou fazer montanhas destas coisas. Quanto mais não seja para mais tarde voltar a rir um bocado.


É isto. E estou viva e desnaturada com o blog, o costume.