Tuesday, March 26, 2013

you can't cross the line but you can't stop trying

Não, não foi por ter andado a trabalhar imenso que deixei de escrever. Nem por ter tido tempo para ir a Amsterdão e viciar-me numa série que para mim é nova enquanto as minhas continuam (e o final de Girls, snif). Nem por ter ouvido os álbuns novos de duas das minhas bandas de eleição e de andar ocupada a aperfeiçoar a minha playlist no Spotify. Nem porque não podia estar mais feliz aqui do que estou. Foi porque fiquei obcecada com o último post, com tudo o que se disse e se pensou e foi dito com meias palavras. Tudo o que não se explica e está lá mesmo. E com o facto de nem mais uma vez isso me ter passado pela cabeça desde que o escrevi.

E agora tenho dois dias de folga inesperados para descansar aquilo que sei que não vou descansar em Lisboa. E a partir de sexta há outra vez o saber que apesar de eu não dar por isso, eu é que estou diferente e estão todos iguais, e não se esqueceram, e o meu lugar está lá vazio à espera que eu o ocupe. Mas já falei tantas vezes sobre o tema que até eu estou cansada. Há luz na casa de banho. Há sol na rua. É Primavera na Polónia e vou finalmente ter dois dias sem despertador. Há coisa melhor?

Sunday, March 03, 2013

nessa espera o mundo gira em linhas tortas.

Ninguém fica até amanhã. Ninguém espera esse tempo todo. Ainda por cima sem saber quanto vai ser na verdade. O mundo gira em linhas tortas sim, e esta espera não seria considerada espera em mais lado nenhum. Não cumpre os parâmetros - aliás, para quem nos vê de fora é mais um "acabamos como acaba o filme - cada um para seu lado". Mas por alguma razão está a fazer sentido. E se não tivesses já ido para não complicar as coisas? E se ficasses, se fosse esta a hora, a minha, a tua, a nossa? Se no dia seguinte estivéssemos lá no mesmo sítio e houvesse beijos de despedida, e promessas de que nos vamos voltar a ver, cedo ou tarde, porque agora é que temos que ir às nossas vidas mas um dia voltamos à nossa, se quiseres, eu quero, tu queres, eu quero, então vamos, vamos. Se vai ser difícil? Vai. Se vamos realmente querer isso daqui a um ano, ou dois, ou dez, ou quando tivermos 60 e filhos e netos e nos voltarmos a ver como se fosse pela primeira vez, ninguém sabe. Arriscamos e deixamos o mundo girar pelas suas linhas tortas, que se tudo tiver que ser escrito direito as coisas dão certo, seja lá o que isso for.