doismiledoze

Trezentos e sessenta e cinco dias depois tenho que olhar para trás senão parece mal. Por acaso dei de caras com o que escrevi o ano passado. Em relação ao que esperava, sim, acabou a tese, acabou o mestrado, estou a trabalhar e não houve muito drama nesse processo, houve mais filmes e mais música mas menos livros. Houve Londres outra vez, e Milão, e Roma, e Barcelona, e Estocolmo e Dusseldorf. Não fui a São Paulo mas acho que vai haver mais oportunidades. Voltei a Varsóvia uma e duas vezes e à terceira foi mesmo para lá ficar. Houve neve em Janeiro e às vezes quando vejo o Palácio da Cultura (agora mais longe, é verdade), da janela da sala tenho saudades do Cristo Rei.
2012 foi descobrir coisas que lá estavam desde 2011 e eu não sabia. Foi sustos com os avôs e as avós mas continuam cá todos. Foi um novo membro na família alargada e mais um a caminho. Foi emagrecer um bocadinho mas nunca o suficiente. Foi uma casa nova numa cidade que já não era nova. Foi montes de gente nova e dois ou três chamados amigos novos. E saber mais uma vez que os antigos estão lá e que não vão a lado nenhum - continuamos afastados mas é só fisicamente. Foi festivais e foi Lux, e Ópera, e menos Platinum que já não é a mesma coisa. Foi aprender uma língua nova de raíz e agora falá-la todos os dias. Foi esperar até ao fim - e levar isto para 2013 - que todas as minhas asneiradas ao longo do ano não se repitam, e sejam perdoadas por quem de direito, e quem sabe dar uma volta de 180º.

Confesso: é bom rever os troféus. E 2013, quero o que quero todos os anos e que os teus antecessores me deram. Mas desta vez quero mais uma coisa, que não te vou pedir aqui mas logo dou um descanso ao meu cepticismo e em todas as uvas digo a mesma palavra. Pode ser que funcione.

i like your looks when you get mean

Numa tentativa de dizer tudo sem dizer rigorosamente nada, as coisas em que não devia pensar vêm-me todas à cabeça porque muito simplesmente oiço isto. É como as coisas que não devia fazer e faço, o "cuidado que o chá está quente" mas queimo-me sempre. Há uma atracção pelo abismo, uma vertigem que não se consegue controlar, olha-se sempre para baixo e é o medo de cair que nos faz querer olhar mais uma vez. E outra. E sete.

 

vinte e quatro

Um dia tem vinte e quatro horas, eu tenho (agora) vinte e quatro anos. Passei os 23 a dizer que já tinha 24 e portanto faz com que seja o meu ano mais longo. Faz sentido, que hoje o meu dia vai ter 25 horas. Começou em Varsóvia, vai acabar em Lisboa, e cheio de surpresas e de alegrias de todos aqueles que eu mais gosto.

Ontem fiz umas mini-resoluções - é que para mim, o ano começa agora. Se tudo correr bem, daqui a uma semana ou duas já as quebrei a todas.

danos colaterais

A sensação era que as coisas iam acontecendo, correndo melhor ou pior, e sempre que era mais difícil ou mais estranho ou mais complicado, só havia uma solução. Danos colaterais. Tem que se sacrificar um para o bem comum, ou para o bem maior, ou para o bem de algum dos outros que nunca era ele. Ele era o escolhido para a matança, para bode expiatório, para ser cortado sem mais explicações. Danos colaterais, dir-lhe-iam muito depois. Danos colaterais. Tinha que acontecer com alguém, desta vez foste tu. Mas não foi só uma. Foram duas, e três, e quatro, e de repente toda uma história que se repetia vezes demais. Já não era por acaso, ele escolhia sempre situações em que sabia que não havia saída airosa e muito menos pela porta da frente. E só muito depois é que percebeu. Era o feio, o errado, o que não se pensa nem se faz, o que não se deve e que é evitável. Mas não se enganava. Sabia desde o início que no fim, ele não seria mais que o dano colateral.

trip down memory lane

Como se soubesse que também preciso de me rir um bocado e essas coisas, sem aviso prévio o meu pai pôs-me uma gravação na dropbox. Sem título, só com uma data, deve ser para eu adivinhar o que é. Começa e oiço-o a dizer "hoje é o dia 15 de maio de 1995 e o João e a Sara vão falar para o futuro!" - isto promete. Quatro minutos de cantorias e bullying e risota e eu tenho a certeza que quando tiver filhos vou fazer montanhas destas coisas. Quanto mais não seja para mais tarde voltar a rir um bocado.


É isto. E estou viva e desnaturada com o blog, o costume.

regressos e despedidas

Olhou para ela e sabia que ia gostar sempre dela. Foram tantos anos juntos - e afinal de contas isso deve servir para alguma coisa, não é? - que hoje, ao olhar para ela de uma perspectiva diferente da habitual, lhe apertou o coração mas só um bocadinho. Eram saudades. Seriam?

A verdade é que a escolha foi pensada. Já tinha sido decidida. Não sei se ficou triste, mas ela aceitou-a como da última vez: ficou escura e taciturna, uma noite de Verão que de repente fica desagradável e que precisa de um casaco. Amanhã vai estar na mesma. Linda como a conhecemos. Como se nada se passasse. E não se passa.

É um passo novo, uma mudança. Não vou sozinha. As expectativas são enormes, vai haver dias bons e dias maus; vou querer voltar e ficar. Agora não estou sujeita à minha simples vontade. Mas é isso que te disse antes, Lisboa. O meu amor agora é outro, e diria o Jorge que me ensinou a partir nalguma noite triste. A noite de hoje foi bem feliz. Obrigada por teres contribuído para isso e ao mesmo tempo me deixares ir. Volto, mas não esperes ver-me mais tempo do que é realmente preciso. Claro que vou ter saudades tuas, mas vou com a confiança de que cada vez que voltar te vou dar mais valor que antes.  Três meses e meio não é nada.

banda sonora de um dia feliz

Why give it all on you, you shot a hole in my heart straight through
When you pushed me aside, three weeks I cried

But now you got me back,
You know I'll never up and run
Yeah I stay in here,
I stay right here...

And now everything goes my way,
It feels so good to have you back my love,
I'm in love again...

Love, I'm in love again.

parece que é hoje

Que começa a minha vida dita de adulta.

Bom dia, então.

algures em 2010, escrevi assim:

Se perguntassem a qualquer um dos dois se poderia ter previsto o que aconteceu, dir-vos-iam que não. Ela não precisava. Ele não queria. No entanto foi, como são sempre estas coisas. A princípio, ninguém sabe muito bem como começa - ou melhor, nem se apercebem que há de facto alguma coisa a começar.

A verdade é que aos poucos e poucos tornou-se demasiado evidente.

sabes que estás em casa numa cidade quando...

...voltas à tua e tens verdadeiramente saudades de sítios que lá ficaram. No meu caso, de um sítio - esse que se vê aí em cima em todas as fotografias. Quer o destino que a próxima vez que eu lá for seja exactamente com a mesma pessoa com quem lá fui a primeira, e que me apresentou oficialmente ("Sara, Charlotte; Charlotte, é a Sara"). E eu levei lá todos os meus amigos religiosamente, que não quis que nenhum deles passasse por lá sem conhecer o meu sítio favorito em toda a cidade. Onde o pão é melhor, onde há flores frescas e sempre gente gira. Onde tanto se toma o pequeno-almoço como um copo de vinho ao final da tarde. Era pegar nele e trazê-lo para o Chiado. Era isso mesmo.

razão da ausência:

Não, não foi uma overdose de gomas. Fui só ao sudoeste e de regresso passei em Barcelona. Mas agora já passou - estou de volta a Lisboa!

dancing on my own

Numa última nota para Julho, talvez seja de relevo referir que além de dar música às quintas-feiras no MLF, dou música todos os dias (ou quase, mas é mais do que uma por dia!), no tumblr. É ver para crer. Não prometo agradar a todos, mas dizem os meus amigos que já andam a seguir que dá uma boa banda sonora para ambientes de escritório. Digam de vossa justiça.

os últimos dias

a minha praia.

Sétimo - a vista

a minha segunda praia.

Belém I

Belém II

os meus amigos são os melhores do mundo

Que é outra maneira de dizer: Mary B, Orelha Negra, The Ting Tings, The Roots, Freshkitos, Gorillaz, Best Coast, The Vaccines e Two Door Cinema Club. E vou feliz e a saber que o meu Verão se está a compor, um fim de semana de cada vez.

odeiem-me à vontade.

Estou aqui.

simples, amigas

O mundo não gira à volta dos namorados. Há dias, então, em que ninguém quer saber. Mesmo.

volta, pra gente dançar.

o mood musical destes dias.

foi assim:

Maio acabou com todos os stresses que daí vieram. Junho levou a tese embora e trouxe mais um problema, mais grave e com mais repercussões: e agora? Entre entrevistas, amigos a ir e outros a voltar, os Santos, as primeiras praias e tudo o mais, deixei de escrever. Minto - comecei a ir dar música para outros lados e não voltei aqui. Veio Julho, e Londres, e Algarve, e mudanças de vida. E agora voltei.

Há um ano atrás não estava de todo feliz com o que o destino me reservava, mas o que tem que ser nosso é-o. Sem dúvida. Nunca diria que havia partes da minha vida que iam dar uma volta de 180º. O que é certo é que todos aqueles que têm a possibilidade de voltar aos sítios onde um dia foram felizes devem fazê-lo. Acredito mesmo que sim.

E é por isto que vou largar o meu país de sol e de mar. O ano passado dizia que contava os dias para ir embora, repetia que era uma gaivota. As razões são outras, não menos válidas mais mais felizes. Não tenho uma vontade assombrosa de sair daqui, mas sim de ir para lá. Agora para uma cidade da qual já sei umas coisas, onde já tenho sítios que são meus. O brunch de domingo. O café do final da tarde. O meu banco no parque. A minha loja favorita. O jardim que só eu conheço. Quero falar essa língua que já aprendi a gostar e a perceber qualquer coisa das frases. Os graus negativos e a neve no meu nariz. A minha futura casa, minha mesmo. Ter um bilhete de volta sempre temporário. Vou querer voltar - no Natal, no Verão. Não esquecer o Tejo e a ponte, o Chiado e o castelo, os sítios que continuarão meus mas agora pendurados na parede da sala.

A altura é agora. Se estou feliz? Muito. Mas isso fica para depois. Agora estou de volta.

Não é por estarmos nos sítios que mais gostamos que as coisas correm como mais gostamos. Não é por ser tudo o que queremos que vai ser tudo maravilhoso. Não foi um soltar a mão, não foi um largar, foi um abanar a mão para o fumo se dissipar. E foi-se embora.

É ridículo ter os dedos dos pés frios. Ridículo. Os Kings of Convenience em looping também. Todo este cenário parece uma caricatura triste.
Está a ficar de dia, como é que eu vou dormir? Nem sono nem vontade de dormir - mais ou menos, se calhar um bocadinho, mas de acordar e perceber que isto não aconteceu. Mais valia ter ficado caladinha.

Só tenho pena de não ter percebido antes.

pergunto-me

Um dia eu acordava e era crescida. Era assim que eu pensava que ia acontecer. Que um dia ia sentir a responsabilidade, que ia acordar cedo mesmo que o despertador não tocasse, que tinha crescido e que não havia volta a dar, com as coisas boas e más que isso tivesse. Jurei a mim mesma que ia ser a mesma pessoa independentemente disso, que ia ouvir as mesmas músicas e ia ter os mesmos amigos e sempre tempo para tudo isso no matter what.

A verdade é que não faço ideia se o dia já devia ter chegado, ou se chegou mesmo e não dei por ele.

é verde. é branco.

Hoje é daqueles dias em que se ouve de tudo. É que somos "pequeninos". É que estamos a festejar o 4º lugar como se festejássemos o campeonato. É que só nos preocupamos em ganhar ao benfica. É que somos um caso de estudo, que de repente ganhámos uma força que não se sabe de onde veio.

Hoje é muito mais que isso. É o Sporting que nós, Sportinguistas, conhecemos. É o Sporting a regressar àquilo que esperamos dele. É a primeira vitória contra o benfica em 3 anos. É o campeonato que já não ganhamos mas que ainda podemos acabar bem. É a Taça e a Liga Europa que aí vêm.

Eu não sou a maior e a melhor adepta do mundo. Mas sei onde é o meu lugar. Não sei há quanto tempo, sei que é uma combinação entre hereditariedade e escolha. E é por saber do que o Sporting é capaz que hoje me alegro. Não digo que ganhar a quem ganhámos não tenha um gosto diferente - quantas vezes os oiço, a todos os que me rodeiam, dizer tanta coisa sobre nós, e hoje então vai ser prato do dia - mas é mais que isso. É o que todos sabíamos e que agora podemos mostrá-lo com provas concretas.


Isto é o Sporting.

é simples:

I've been holding out so long
I've been sleeping all alone
Lord I miss you
I've been hanging on the phone
I've been sleeping all alone
I want to kiss you.

Well, I've been haunted in my sleep
You've been starring in my dreams
Lord I miss you
I've been waiting in the hall
Been waiting on your call

I guess I'm lying to myself
It's just you and no one else.

boas notícias para quem não saiu da cama:

Black Keys: novo vídeo de Gold on The Ceiling e... Lisboa a 27 de Novembro no Pavilhão Atlântico!!!!

april,

welcome.

Born Ready to Die

Visto que esta semana soubemos que a Lana vem ao Super Bock Super Rock dia 6 de Julho, que melhor altura para descobrir Born Ready To Die? 
Este álbum é um mashup feito por Terry Urban entre Born To Die da Lana Del Rey e Ready To Die de Notorious B.I.G., fazendo lembrar o excelente Grey Album produzido pelo DJ Danger Mouse (e posso falar sobre esse outro dia). Eu, que não sou particularmente fã de hip-hop nem a fã #1 da Lana, estou a gostar muito do álbum, que está a tocar desde terça-feira, e no qual destaco "Dead End" e "Wrong Game" (que tem as inconfundíveis harpas de "Video Games"). O link para download está aqui, oiçam e digam de vossa justiça.




Este post pode também ser visto (com leves diferenças) aqui. 

hoje

Um sol que me pergunta "porque é que não vieste à praia?". Apanhar sol na varanda para ele não sentir que está a ser desperdiçado. Actualizar-me: 30 músicas novas no iTunes, arrumar umas coisas (maioritariamente no computador e não na secretária, infelizmente). Aula de polaco #2. Dia #2 e tudo cumprido. Mais sashimi que sushi ao almoço. Actualizar o currículo. Pintar as unhas. Parabéns à minha máquina fotográfica (2 anos, tantas viagens, tantas aventuras, let's never leave each other) e ao Quentin Tarantino. Ontem comecei um livro novo. Tudo corre bem. 

Parece que o ano começou hoje.  

quinta-feira (not quite yet)

Se ao teu lado eu me engasgo é pró teu bem,

Pois se eu dissesse o que eu acho, bem,

O que eu tinha por não mentir era um estalo

E um "deixa-me em paz".

i'll hold your hand when you are feeling mad at me

just explain me how to do that from here.

prossima fermata:

ROMA from 55DSL on Vimeo.

Ci rivediamo!

várias coisas às 5 da manhã

Volto para casa sozinha e o taxi vai pelas ruas que eu já conhecia. Parece que nunca saí daqui - tive essa sensação quando vim para casa, a casa que já não é a minha mas que sinto como se ainda fosse. Que ainda tem a fotografia de Lisboa na parede do meu ex-quarto. Que ainda tem o meu frasco de perfume vazio na casa de banho, "a Sara está aqui". Hoje vim para casa, onde agora estou a olhar para tudo como se nunca a tivesse visto antes e ao mesmo tempo como se nunca tivesse deixado de a ver, e lancei esse mesmo olhar à cidade que já não é a minha mas que no fundo sempre o será, só um bocadinho, ou na totalidade. Desta vez com sol e 20º, e saias de Verão e nada do que eu tive antes. Mas sempre minha.

Depois de amanhã volto para Lisboa e desta vez nada do que é meu fica para trás, para eu vir buscar. Mas volto e já tenho data marcada. Ficou um bocado de mim. Não sei se é tudo, mas é o suficiente.

sem interesse de maior

Comecei a ver Modern Family para ver se me rio mais.
Está a funcionar so far.
Vou à ModaLisboa, incógnita.
10 dias e volto a Varsóvia.
We'll always have Paris, just not this year, or so it seems.
Exames já estiveram mais longe.
Também já tive menos trabalho.
1, 2, 3, 4.

Por falar nisso, alguém quer ir ver a Feist?

Part 2

♥

George, it was about time.