Tuesday, December 31, 2013

adeus, 2013.

2013: já tenho 25 anos. À data da escrita deste post não faço nem ideia de onde estou neste momento, mas cá vai a merecida retrospectiva.

Não havia um tão bom como tu há muito tempo. Ou se o houve, não foi nem de perto nem de longe tão memorável. Comecei a trabalhar, fui parar onde queria e nem está a correr nada mal. Não houve viagens grandes mas houve Londres outra vez, e Barcelona outra vez, e Amsterdão, e Copenhaga, e Berlim. E passeatas pela Polónia que também contam - Wroclaw, Poznan, Torun e outras que tais. Houve tanta neve que me cansou, mas só no princípio do ano, que agora da última vez ficou tudo mais calmo (e espero que assim se mantenha). Emagreceu-se tudo o que se tinha a emagrecer e agora recomeça-se este ano. Foi o primeiro Verão em Varsóvia e todo o calor e sol às 4 da manhã que tivemos direito. Foi a minha casa transformada em armazém, e vazia de novo passado uns meses. Foi ter também saudades de ver o Cristo Rei mas tomar isso como normal. Foi ir só ao Alive mas não faltarem concertos.
Há novamente mais membros na família alargada e mais um na família próxima a caminho. E continuamos cá todos. Foi o primeiro casamento de amigos e o próximo já está marcado. Foi confirmar que os meus amigos não vão a lado nenhum. Foi mais gente nova sim. Foi chegar ao fim do dia cansada de falar polaco e foi conseguir mesmo assim aguentar mais umas horinhas sem vacilar para o inglês.

Foi fazer asneiras diferentes mas pará-las. Não tão cedo como se devia mas ainda assim a tempo. Foi conseguir que as anteriores não se repetissem, e sim - foi uma volta de 180º. Houve muito mais filmes e muito mais música e mais livros que em 2012 e a razão foi apenas uma. A mesma pela qual houve mais Luzztro, e mais 1500, e menos Opera e Plat; a mesma pela qual toda a gente se espanta com bons humores, e mais calmas, e mais concertos e no fundo, sentir que cresci de verdade. E que sou capaz de estar uma pessoa melhor.

Peço sempre a mesma coisa mas desta vez não desafio a minha sorte. Tive a única coisa que pedi. E foi muito melhor do que esperava. Portanto 2014 - sê no mínimo tão bom como 2013. No máximo, dá-me só aquilo que falta, se achares que é o que me falta. Senão, deixa estar as coisas como estão.

Saturday, December 28, 2013

you

You you you you. Canta a Fiona Apple, podia ser eu, certinho.

Há dores no corpo como se nos tivesse passado um camião por cima e nódoas negras em sítios que não sabíamos existir. Já tinha passado tanto tempo que não nos lembrávamos que era assim - mas quando o foi, soubemos que connosco não poderia ser diferente. Claro que há outras maneiras de ser, mas esta é a nossa e sinceramente não queremos saber das dos outros, melhores ou não.

Apesar dos avisos. Das advertências. Dos tão bons conselhos que decidimos ignorar. Do mau gosto e da insistência, e das chamadas white lies de vez em quando.

Li que nestas coisas, quanto mais se gosta mais calculista se tem que ser. E que isso é um sinal do tal gostar. Da minha parte, sou o mais culpada que se pode ser, e sem o saber já o era. Dar o que se tem e o que não se tem pode ser sinal de fraqueza ou puro desprendimento. Mais ainda quando o futuro é incerto. Mas está tudo pensado. Para o bem ou para o mal, está tudo pensado.

Sunday, December 15, 2013

just in time.

As almofadas ainda têm o mesmo cheiro e houve coisas que ficaram apesar de ter sido dito que desta vez ia tudo embora. Continua o carrossel mas não nos fartamos nunca, e as subidas são tão boas que se esquecem as descidas a pique e os medos de descarrilar. Os arrepios não são iguais porque são cada vez melhores - como se naquele dia alguma vez o pudéssemos antever! - e a tranquilidade do não saber o que nos vai acontecer continua. A certeza é só uma e sempre a mesma. E não me preocupa rigorosamente nada. E é giro perceber que é mesmo quando não se está à espera, quando se acha que não é nada, que nada se vai passar nem acontecer. É que essa graça, a tua, mais ninguém a tem.