Olhou para ela e sabia que ia gostar sempre dela. Foram tantos anos juntos - e afinal de contas isso deve servir para alguma coisa, não é? - que hoje, ao olhar para ela de uma perspectiva diferente da habitual, lhe apertou o coração mas só um bocadinho. Eram saudades. Seriam?
A verdade é que a escolha foi pensada. Já tinha sido decidida. Não sei se ficou triste, mas ela aceitou-a como da última vez: ficou escura e taciturna, uma noite de Verão que de repente fica desagradável e que precisa de um casaco. Amanhã vai estar na mesma. Linda como a conhecemos. Como se nada se passasse. E não se passa.
É um passo novo, uma mudança. Não vou sozinha. As expectativas são enormes, vai haver dias bons e dias maus; vou querer voltar e ficar. Agora não estou sujeita à minha simples vontade. Mas é isso que te disse antes, Lisboa. O meu amor agora é outro, e diria o Jorge que me ensinou a partir nalguma noite triste. A noite de hoje foi bem feliz. Obrigada por teres contribuído para isso e ao mesmo tempo me deixares ir. Volto, mas não esperes ver-me mais tempo do que é realmente preciso. Claro que vou ter saudades tuas, mas vou com a confiança de que cada vez que voltar te vou dar mais valor que antes. Três meses e meio não é nada.
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