Estamos no parque infantil. Deitei-me no chão, isto é uma espécie de alcatifa ou assim.
É uma e meia. Lembro-me da última frase que escrevi antes de vir para aqui. «Agora é uma e meia e penso em deixar Lisboa.» . É uma e meia, dez dias depois, e eu não quero virar os meus pensamentos para Lisboa. Lisboa está longe, tão longe quanto eu estou agora, deitada no chão a ouvir o mar ao longe, ou mais perto do que parece.
Gosto da praia para onde vamos, porque vou para lá desde sempre. Porque antes não havia nada, e lembro-me de uma vez que os pescadores foram lá, vindos do mar com o barco cheio de peixes, lembro-me de ficar a ver ao longe aquele barco azul cuja pintura caía aos bocados de tão velha, e aquela gente que eu não sabia o nome a puxar o barco, trazer cordas e amarrá-lo na praia.
A Marta estava a tocar o Ben, sorrio porque fui eu que lhe ensinei o Walk Away. A primeira música que eu aprendi, o verão passado e que era (e é) uma das minhas preferidas.
They say time will make all this go away.
Eles dizem, mas o que é que eles sabem disto?
A Marta parou. Voltei a ouvir o mar.
(...) Ontem, no carro, ia tristíssima perdida nas minhas coisas e a Marta deu-me um abraço e disse que gostava muito de mim e para eu não a deixar nunca. Prometi e fiz um sorrisão, ela sabe sempre o que se passa, mesmo não sabendo. E às vezes só é preciso um abraço. (...)
Carta para a Raquel, 11.07.2005
O tal caderno, não de Agosto como o da Alice Vieira, mas sim de Julho, o tal que já devia ter sido entregue e que encontrei por acaso. Achei piada, porque primeiro não faz muito sentido, e deopis disse tanta coisa que não faria sequer prever o que vinha a seguir... O que me deixa a pensar no imprevisível que é isto tudo!
3 comments:
Espero que um dia esse caderno venha parar ás minhas mãos :P
data de entrega: 20 de Dezembro :D pode ser ?
ah se pode meu amor! eu a ti e tu a mim, sabes bem! entao tenho que recomeçar a escrever! (ha uns textos q ficaram inacabados, mas tem piada é assim :D lool amt amt amt)
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