Ela deita-se para dormir. Um sorriso nos lábios enquanto apaga a luz. Talvez por estar a pensar nele, talvez por ele ser a única pessoa que a faz sentir assim, talvez apenas por gostar tanto dele. Talvez, não sabe porquê, mas talvez por todas as suas preocupações se terem desvanecido quando estava com ele. Lembrou-se daquela tarde e sorriu novamente. Não era possível! Como é que se deixara ficar assim? Talvez fosse da Primavera, não tem bem a certeza, ou talvez por saber que no dia seguinte vão estar juntos novamente e que ele está algures em qualquer outro lado, e talvez quem sabe, ele pode ter pensado nela por um segundo que fosse.
A noite já vai alta. Um grupo de pessoas sai de um bar qualquer. Ele está lá, agarrado a outra, uma que não conhece, uma que não lhe diz nada, uma com quem nunca conversou, uma qualquer mesmo, a primeira que apareceu talvez. Não pensa nela. Alias, nem se lembra do que se passou em qualquer momento da sua vida anterior aquela noite e àquela de quem ele nem sabe o nome. Outro bar. Mais uma rodada, há alguém que paga, pode mandar vir.
Naquela manhã acordou feliz. Ia ter com ele. Tomou banho, vestiu-se, a felicidade ainda a inundava. Chegou ao sítio onde se costumavam encontrar, à hora de sempre e ele, que nunca se atrasa, não estava lá. Esperou, esperou durante uma hora para o ver chegar. Está atrasado, parece ter-se lembrado disso nesse momento. "Como é que foi a noite?" «Boa...» A resposta vaga pareceu-lhe suficiente para perceber que se passava alguma coisa. Não se passa nada, está tudo bem, estou só cansado. Ela, que estava feliz, ficou sem saber o que pensar, pois temia que se tivesse passado alguma coisa. Ele, que agora se lembrava de tudo, não lhe ia dizer. Ela de qualquer maneira não tinha nada a ver com isso. Tinha, mas ele preferia esquecer esse promenor. Ela vai-se embora sem se despedir, com lágrimas nos olhos e a pensar como é que pode ter sido assim tão estúpida. Deixa-o sozinho no meio da rua. Que se lixe, pensou ele, menos uma...
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