Sunday, February 17, 2013

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Aos amigos - os antigos, os novos, os que estão perto e os que estão longe. Hoje estou bem disposta, brindemos também àqueles que um dia assim chamámos mas que hoje em dia já não - afinal, é porque algures na nossa vida foram também importantes para nós e vice-versa. Aos que nos conseguem sempre animar, aos que têm os melhores conselhos, àqueles com quem queremos estar ao sábado à noite. Aos que nos mostram música nova, aos que vão connosco ao cinema, aos que discutem livros. Àqueles com quem almoçamos, ou lanchamos, ou jantamos, desde um café em cinco minutos até enormes festas. Aos que estão mais longe do que alguma vez imaginámos mas que nunca estiveram tão perto. Aos que não conseguem ser amigos à distância também. Aos que sabemos que quando os reencontrarmos as coisas vão ser como dantes. E àqueles que o são, mesmo não o sabendo.

Thursday, February 14, 2013

parece que é aquele dia do ano

"Houvesse um medicamento, que depois de tomado nos fizesse esquecer a pessoa que amamos e as farmácias ficariam inundadas de gente à sua procura. Existisse uma operação que nos removesse a parte da memória que nos faz lembrar esse alguém e ficariam enormes as listas de espera para essa cirurgia. Mas não existe. Não há. Não se vende, nem se opera. Mas pode-se esquecer? Pode. Como assim? Ora, usando uma técnica vulgarmente usada pelos bombeiros para extinguir os incêndios. O lendário truque do “Fogo contra Fogo” que basicamente consiste em lançar outro fogo em direcção ao que vem a arder. Assim, queima-se uma área que ainda não esteja ardida, para que quando o fogo lá chegar nada mais tenha para arder. E é limpinho. O que há a fazer é queimar o que ainda houver de bom e fazer com que as coisas que estejam associadas à pessoa que queiramos esquecer não nos pareçam assim tão agradáveis. (...) É dizermos “isto é muito bonito e tal, mas eu tenho que sair daqui antes que se faça tarde” e assim, ao não permitirmos recaídas que sabemos que só irão adiar o inevitável, extinguiremos o pouco que vai existindo até que tudo fique reduzido a cinzas, tão frias e inertes, que nenhum vento será capaz de as reanimar." - F. Alvim

Saturday, February 02, 2013

Lembras-te da frase? Aquela que usámos tantas vezes, em jeito de desculpabilização, com um tom de a-culpa-não-é-minha-e-isto-é-mesmo-assim. O quê? A vida, claro. Não se escolhe de quem se gosta dirias, e eu e as duas senhoras da mesa do lado que pararam a conversa há cinco minutos para nos ouvir, fazemos um ar grave e acenamos com a cabeça como se tivesses dito a frase mais sábia do mundo. Pois não, murmura uma delas, e faz-se um momento de silêncio em todo o café para absorvermos a gravidade das tuas palavras e a música que está a tocar ao fundo, são os Belle & Sebastian que cantam "I Don't Love Anyone", e como é que é possível, num momento tão solene como este.
E agora digo-te que se calhar tens razão. Mas que há um dia em que escolhes, e que a tua escolha é muito simples: não escolhes de quem gostas, mas escolhes de quem não gostas. E tornaste essa minha escolha tão fácil.