É como reencontrar um amor antigo. A sensação de familiaridade, o que sempre lá esteve e que se calhar ainda está, o que não muda por muito tempo que passe. É sorrir com qualquer coisa de que já não nos lembrávamos. São as mesmas ruas, são as mesmas pessoas, é o mesmo sol, é o "isto assim é que vale a pena" e queimar as bochechas em Janeiro.
E é tudo isso, sabendo que nada é a mesma coisa. Que estamos apaixonados por outro, pela sua personalidade mais fria mas igualmente solarenga, por todas as primeiras descobertas, pelo vento que gela os ossos e vem acompanhado de uma casa onde até o chão é quente. É queimar as bochechas com o frio, é sentir que o nariz vai cair, é apesar de tudo isso não querer deixar nada.
Isto para dizer que estou de volta. Mas não - não estava ansiosa por chegar. Não estava farta. Não me tinha chegado. Voltei, mas quando dormir sobre o assunto, literalmente, vou ter saudades. Não é que tenha deixado de te amar, Lisboa, mas não é a mesma coisa e sabemos porquê. Para te ser muito sincera, nem sei se vai dar em alguma coisa ou se é só um devaneio do meu inconsciente que se está a tentar agarrar a alguma coisa que não sei bem o que é. Mas hoje eu soube que vai ser assim - eventualmente teremos que nos separar.
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