Hoje lembrei-me outra vez. Mentira - lembro-me sempre, todos os anos, eu que nunca me esqueço de nada. Mas hoje foi por causa de uma coisa que escreveu A Rapariga que Matou o Coração. Que por sinal se chama Sara. Ela falava dos fantasmas. Os do 29 de Julho há muito que estão enterrados. Estes de agora são relativamente novos, poltergeists, prontos a encher-me a cabeça. Eu faço o melhor que sei quanto a estes: ser passivo-agressiva.
Não é uma coisa que me venha sempre à cabeça. Mas a razão pela qual não me esqueço, é que também hoje, há cinco anos, foi o dia em que decidi matar o meu. Adormecê-lo, vá. Ou pelo menos, foi o dia em que a decisão se apoiava. Nunca mais. No dia em que ele acordou sozinho, que decidiu que tinha poder de decisaão e toca de existir outra vez - coitado, foi arrancado. Respira. 1, 2, 3. Afinal, sente-se o mesmo, bom ou mau: Desejo que tudo acabe logo, senão morrerei. Desejo que tudo dure eternamente, senão morrerei.
Apesar de ter sido arrancado, deixou cá qualquer coisa. Foi a tal coisa que ainda faz com que eu acredite que, de facto, é como diz ali: ocorrem sempre milagres.
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