Tuesday, November 21, 2006

Serão efeitos secundários da poesia...

Há uns tempos que não pensava nisto. Aliás, não devia sequer pensar, quanto mais escrever. Mas agora tem que ser...

Ainda o tenho na parede. É daquelas coisas, não o consigo tirar de lá. E agora olhei para ele e tive uma sensação difícil de explicar.
Essa sensação é a mesma que eu sentia todos os dias. Agora senti-me a entrar na sala, o meu lugar à janela, o ansiar pelo toque de saída, os intervalos, o cheiro do páteo quando fazia sol no Inverno, o cheiro do corredor do Secundário tão típico, os molhos de folhas no Sr. Afonso, as cadernetas todas alinhadas, as aulas de Ed. Física e o ginásio, as terças-feiras à tarde, as aulas de ITI e as cantorias com o António, ficar horas à espera que me deixassem responder nas aulas de Português, as aulas de Matemática à quarta-feira. Como queriamos sempre saír mais cedo, os iogurtes no intervalo, a fila do bar, os rebuçados que a Ana nos viciou, o fit.
Sim, senti isto tudo, simplesmente por olhar para o horário velho e para a turma por cima dele... Confesso que se fosse há uns meses tinha ficado tristíssima, completamente melancólica, mas agora já não. Agora sim, posso olhar para ele e sentir tudo isto, e ficar feliz porque consegui. Porque tenho a mesma sensação, porque essa ficou comigo, porque guardo boas recordações e porque espero ficar com elas. Porque VOU ficar com elas e porque me deixam feliz. Porque o passado ficou lá atrás, por muito bom que tenha sido, segundo se diz o que vem agora é melhor. E apesar de as minhas expectativas estarem abaixo de zero no dia 14 de Setembro de 2003, dia 9 de Junho de 2006 pude dizer que o meu secundário foi perfeito. Não no sentido de que foi tudo bom, mas sim perfeito para mim. O efeito necessário.

Agora olho outra vez. A sensação estranha já se foi embora... Isto deve ser por fases. Mas já não faz mal. :)

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